Hoje em dia é muito comum ouvir falar
da importância de se estar consciente do momento presente, que é chamado de “estado
de presença”, ou simplesmente “presença”. Muitos praticantes iniciantes de meditação
tem tentado praticar a presença em seu dia a dia sem muito sucesso, quanto mais
eles tentam ficar presentes mais facilmente se distraem!
Isso acontece porque o praticante faz
da presença um exercício diário de concentração, algo que requer esforço e
autocontrole, e quanto mais o praticante se esforça para estar presente mais
sua mente se distrai , pois o esforço e autocontrole são sempre acompanhados por
tensão e resistência, que gera ainda mais atividade na mente. (mente do sânscrito chitta que engloba todo o campo da consciência)
Mesmo que o sujeito se proponha a
estar consciente do momento presente, a percepção que ele tem do aqui e agora é
condicionada pelas lentes de seu passado, o sujeito está sempre avaliando e analisando
cada situação segundo sua experiência passada, por isso sua mente continua em
atividade constante e surgem as distrações.
A mente está sempre comparando o que
ela está vivendo agora com o que ela viveu ontem e nunca vive o momento presente
como ele é, a mente fica o tempo todo em constante movimento, assim sua percepção
do presente é sempre condicionada pelas experiências passadas.
As experiências emocionais e
psicológicas que vivemos ontem influenciam de maneira subjetiva o comportamento
que temos hoje, nossas ações são repetições de padrões criados no passado, são
as estratégias de comportamento que tornam nosso viver reativo e causam
distrações na mente. (distração do latim distractio
que significa estar dividido, divisão, discórdia, conflito)
Quanto mais o sujeito se esforça para
estar presente, mais o momento presente lhe escapa! Pois ele está sempre
olhando para o presente com o olhar do passado e a atividade de sua mente nunca
cessa.
Quando praticamos meditação, em sua
forma clássica (sentado com a coluna ereta em postura confortável), conseguimos
dissolver essas tendências reativas em nossa mente, que são como lentes que dão
um colorido artificial para cada situação, somente dessa forma é possível estabilizar
a mente para que ela esteja realmente no presente como ele é.
Para estarmos presentes precisamos de
uma mente livre, uma mente livre não é condicionada por eventos e experiências do
passado e pode ver a realidade de cada momento como é, mantendo-se sempre
renovada, como uma fita sempre em branco e sem acúmulos.
André Oliveira: coordenador do Yogazen em Porto Alegre onde ministra aulas regulares de yoga e meditação desde 2004; professor docente pelo Instituto Yoga Integrativa no Centro de Yoga da Montanha Encantada; coordenador da Formação Livre em Meditação, já formou mais de 30 professores de meditação e auxiliou na formação de mais de 100 professores de yoga;
Estará
coordenando um curso de Introdução à Meditação dia 03 de Outubro de 2015 em
Porto Alegre, saiba mais: