Ao longo dos dias construímos vários hábitos que moldam nossa rotina, temos o hábito de ao acordar pela manhã tomar um cafézinho, ler o jornal, fazemos nossos exercícios, entramos na internet, depois ligamos a televisão, temos uma tendência à repetição.
Repetimos as atividades que nos dão prazer, a repetição se torna automática, então precisamos daquela experiência, nos tornamos condicionamos a fazer as mesmas coisas todos os dias, o hábito se torna um vício e não conseguimos retornar ao estado original de nossa consciência.
A mente registra em nossa memória a experiência do prazer e queremos repetir incessantemente essa experiência, assim nos apegamos às experiências passadas, esse apego aos prazeres do passado cria em nós um centro de repetição, chamado de centro do hábito.
A mente deseja a repetição das experiências que nos trouxeram prazer, nós nos confundimos com os nossos hábitos e perdemos a espontaneidade e a criatividade, os dias se tornam uma repetição interminável do passado e perdemos a unicidade do momento, vivemos o hoje sempre em comparação com o ontem.
Quando sentamos em silêncio na meditação estamos apagando velhos registros de nossa memória, dissolvendo nossos hábitos e retornando ao estado original de nossa consciência, meditação é uma pausa para dissolver a repetição incessante em nossa mente, é um momento de descontinuidade no ciclo interminável dos dias, um espaço onde podemos nos renovar e purificar a nossa mente.
André Oliveira é professor de meditação em Porto Alegre desde 2004, coordenador do Yogazen e um dos fundadores da escola de desenvolvimento humano no Sítio Colina Verde.
Belo texto! O automatismo esta presente em todas nossas atividades. É impressionante quando podemos descobrir o prazer de re-aprender algo velho, ou talvez apenas fazer com mais presença, como escovar os dentes. Mas acho tão dificil fazer isso todo dia, estar presente todo tempo, é mais facil se entregar ao automatismo...como reverter isso aos poucos? como deixar de fazer alguuma coisa que sabemos não ser muito saudavel, ou interessante, ou qualquer outra explicação, se ela já se tornou um hábito? e parece nos dar a falsa ideia de prazer...
ResponderExcluirabs
Oi Jô, obrigado pela pergunta, aproveitando tua questão no Blog também vou te responder melhor a pergunta que colocastes em aula " como não permitir que o conhecimento acumulado interfira no aprendizado?" Era isso resumindo né?
ResponderExcluirVeja bem, quando você me pergunta "como fazer" está apenas querendo mais conhecimento sobre o tema, mas não importa quanto conhecimento você adquira sobre assunto, resolvê-lo é outra questão, para resolver um problema tem que esquecer o que sabe sobre ele e partir do zero, descobrir por si mesmo! Isso é sabedoria.
Quando queremos largar um hábito o substituímos por outro, ainda permanecemos condicionados, não é possível "reverter aos poucos", investigue o porque você se habituou, se condicionou e a verdade vai te libertar, não aos poucos mas instantaneamente!
Manter a mente consciente em um estado de presença não é uma técnica, um exercício que você pratica, é um estalo, uma descoberta de momento a momento, vem de uma profunda conexão com você mesmo a cada instante.
Espero que tenha sido útil, um abrç até semana que vem, Namaste.